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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Semana Santa


Historicamente se sabe que foram dias de muita tensão, de muito sofrimento e perseguição política ao Filho do homem, culminando com sua prisão e morte na cruz.



Toda essa história nos foi passada, quando crianças, com um conteúdo, emocional mito grande, produzindo em nós sentimentos dolorosos, sobretudo a culpa e a pena. Lembro-me, muito bem, dos sermões que enfechava a procissão do encontro, na sexta-feira da Paixão, quando a população chorava copiosamente diante do drama de Cristo, seu sofrimento e da sua mãe.

Muitas pessoas acreditam que o centro do Cristianismo está na sexta-feira Santa. Embora eu não seja Teólogo e, portanto, não possa falar em nome de nenhuma igreja, acredito que a maior lição de Cristo e todo o seu significado está na sua ressurreição. Esse é o grande diferencial do Mestre dos Mestres. Como diria São Paulo se não tivesse havido a ressurreição não haveria cristianismo.



Doralice, eu te digo que, embora seja natural um certo recolhimento durante a quaresma e a Semana Santa, devemos nos ater à alegria Pascal pois o núcleo da religião cristã é a celebração da vida em todas as suas conseqüências: “-Eu sou o caminho, a verdade e a VIDA”. O sofrimento humano é natural e necessário apenas enquanto passagem, travessia. Apegar-se à dor, permanecendo nela ou a transformando em um estilo de vida contraria a verdadeira religiosidade.

Se Cristo veio nos salvar, todo o seu convite é para nos levar ao estado de graça que é um estado de conforto e de alegria. Então, com certeza, a angústia e depressão da leitora acima não são por causa da morte de Jesus Cristo. Pode até ser que ela tenha aproveitado o cenário do momento para projetar sua dificuldade em ser feliz, sua dificuldade de ressucitar das perdas colhidas na vida.



A vida humana, conquanto limitada, é um processo de baixos e altos, de tristeza e alegria, de dor e de paz. Nosso desejo onipotente de uma vida perfeita, sem os naturais obstáculos é a causa fundamental de qualquer depressão. Viver exige muita humildade. Nem tudo acontece como gostaríamos e não temos controle sobre todas as situações e pessoas. Mais que batalhar por uma realidade absoluta, importa aprendermos a lidar com as. Vicissitudes, incluindo as mortes, as doenças, as perdas, a transitoriedade humana.

Essa talvez seja a grande lição daquela sugestão que se dá aos aflitos e desafortunados: “- Entrega para Deus”. “-Em vossas mãos, entrego o meu espírito” foi a frase conseqüente de Jesus à sua humana reclamação: “-Pai, por que me abandonastes?” A aceitação incondicional da natureza humana em todas as suas polaridades é que pode nos encaminhar para a solução da angústia e da depressão. Tornar-se um novo homem, dar a volta por cima após a visita do infortúnio, começar de novo após a queda, sacudir a poeira depois do tombo, não se acomodar na tristeza, encontrando desculpas para ela é saber ressucitar.



Não basta a fé e o amor, a esperança é a grande lição da Semana Santa. Roy Camponella escreveu um texto intitulado um credo para os que sofrem.

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